quinta-feira, 18 de abril de 2013

Consumo de Oxigênio e Lactacidemia

SEMANA 3


Consumo Máximo de Oxigênio (VO2máx.):
É a taxa máxima que o organismo de um indivíduo tem de captar e utilizar o oxigênio do ar que está inspirando para gerar trabalho. Quando o indivíduo não atinge o VO2 máx, seu maior VO2 é chamado de VO2 de Pico.
VO2 max é diferente de VO2
VO2 refere-se ao consumo de oxigênio pelo organismo numa determinada intensidade de exercício.
Tanto VO2máx. (consumo máximo de oxigênio) como VO2 (consumo de oxigênio) podem ser expressos em:
 a) l . min-1 (litros por minuto = litros de oxigênio absorvidos no espaço de tempo de 1 minuto, pode ser chamado de valor absoluto, Adams 1994).
ou
 b) ml . kg -1 . min -1 (mililitros por quilograma de peso por minuto = mililitros de oxigênio absorvidos por quilograma de peso corporal no espaço de tempo de 1 minuto, pode ser chamado de valor relativo, Adams 1994)
Na literatura também encontramos essas duas expressões na seguinte forma:
 l/min para expressar l . min-1
e
 ml/kg/min para expressar ml . kg -1 . min-1

imagem de uma espirometria, teste para verificação de VO2 máx
As expressões l . min-1 e ml . kg -1 . min -1 são consideradas cientificamente corretas.
Para se obter o VO2max relativo a partir do valor absoluto basta transformá-lo em mililitros (ML) e dividi-lo pelo peso corporal do indivíduo. Isto é, um indivíduo que pese 70 kg e possua um VO2 max absoluto de 3,5 l/min-1 terá um VO2max relativo de 50,0 ml . kg -1 . min -1.
Caso tenha o VO2max relativo em mãos e queira transformá-lo em absoluto basta multiplicá-lo pelo peso corporal.

O VO2max é um bom índice para que possamos classificar o nível de aptidão cardiorrespiratório, ou seja, para que possamos comparar com dados estatísticos. Todas as tabelas de classificação de aptidão física foram desenvolvidas a partir de pesquisas realizadas sobre o consumo máximo de oxigênio - VO2 Máximo.
Essa capacidade (VO2máx.) é limitada por alguns fatores, como por exemplo:
 Fatores genéticos
 Massa muscular
 Aptidão física
 Condicionamento Físico
Pode ser melhorada com o treinamento, porém dificilmente mais que 30%. Esses 30%, caso o indivíduo, antes de iniciar o programa de treinamento, seja uma pessoa destreinada. Caso já seja treinado o percentual de melhora será bem menor.

Quanto maior for o nível de condicionamento físico mais difícil será aumentar essa capacidade, em alguns casos nem é aumentada.
 Por exemplo: 

Enquanto um sedentário pode melhorar seu VO2 máximo em até 30%, um atleta muito bem treinado consegue melhorar seu VO2 max em muito pouco, no máximo em 5%.

 Vejamos esse caso:
Se geneticamente uma pessoa destreinada de 70,0 kg de peso, tem um VO2 Max de 2,5 l/min poderá melhorar seu VO2 em 30% chegando a um VO2 de 3,25 l/min, o que dá um valor relativo de 46,4 ml/kg/min. No entanto para que ela possa estar figurando entre os melhores maratonistas do mundo necessitaria ter um VO2 de 5,0 l/min, ou seja, 70,0 ml/kg/min (média dos melhores maratonistas). Do ponto de vista do VO2 máximo, ela jamais estará entre os melhores do mundo. Isso não quer dizer que não possa completar uma maratona, mas sim que esse indivíduo dificilmente seria um campeão dessa prova.
Mesmo o consumo máximo de oxigênio não sendo aumentado é possível melhorar a performance de um indivíduo.
O VO2 máximo é o melhor índice fisiológico para classificação e triagem, no entanto o Limiar Anaeróbio se mostra mais adequado para aplicação das cargas de treinamento.
 Limiar Anaeróbio:
Refere-se à intensidade de exercício onde o nível de lactato sanguíneo começa a se acumular numa velocidade mais alta do que vinha acontecendo em intensidades de exercício mais leves. A partir desse ponto a velocidade de produção de lactato ultrapassa a velocidade de remoção causando um acúmulo que vai se acentuando cada vez mais.
Existem basicamente dois Limiares:
 limiar 1: representa o ponto onde a produção de lactato é aumentada, mas ainda existe um equilíbrio entre produção e remoção, as fontes aeróbias de energia continuam sendo predominantes no fornecimento de energia para a atividade;
 limiar 2: representa o ponto onde a produção de lactato é aumentada desproporcionalmente ao que vinha acontecendo nas intensidades inferiores de exercício, e a fonte energética aeróbia não consegue mais manter "sozinha" (predominantemente) o fornecimento de energia, passando a necessitar de ajuda das fontes anaeróbias, que acentuam o acúmulo de lactato induzindo à fadiga precocemente.
A partir de agora quando nos referirmos ao Limiar Anaeróbio estaremos nos referindo ao Limiar 2
Até antes do limiar anaeróbio, produção e remoção de lactato estão equilibradas.
Utilizaremos nessa apostila ácido lático e lactato como sendo sinônimos, desprezaremos suas diferenças.
Em qualquer intensidade de exercício existe produção de lactato, porém em intensidades abaixo do limiar esse lactato não se acumula, pois a velocidade de remoção é igual a velocidade de produção. O lactato só vai se acumular quando a velocidade de remoção for inferior à velocidade de produção.

O Limiar Anaeróbio pode ser expresso em:
 VO2: ml.kg-1.min-1;
 Carga: km/h, mph, watts, kp, etc.
 Frequência Cardíaca: bpm
 Freqüência Cardíaca de repouso:
É o número de batimento cardíacos durante um minuto numa situação de repouso.
 Peso:
Refere-se à massa corporal do avaliado
 Freqüência cardíaca máxima (FC Max.):
É a maior freqüência cardíaca atingida no teste. A freqüência cardíaca máxima é atingida quando percebemos que mesmo aumentando a carga de trabalho não existe um aumento da freqüência cardíaca.
Não pode ser alterada com o treinamento físico. O único fator identificado que altera a FC Máx. é a idade. - A FC Máx. é diminuída em 1 batimento a cada ano. Portanto um indivíduo que possui sua FC Máx de 200 bpm com vinte anos de idade deverá ter sua FC Máx. 20 batimento a menos quando estiver com 40 anos de idade, ou seja 180 bpm.
 Carga máxima atingida:
É a carga de trabalho mais alta atingida no teste, geralmente é considerada quando o indivíduo chega à exaustão.
 Freqüência cardíaca do limiar:
É a freqüência cardíaca correspondente à intensidade de trabalho (carga de exercício) onde se verificou o limiar anaeróbio.
 Diferenças:
É interessante que se faça um teste que esteja o mais próximo possível do tipo de atividade que aquela pessoa realiza ou vai realizar, pois resultados entre testes em bicicleta e em esteira são diferentes. Essas diferenças acontecem devido a dois fatores básicos: massa muscular envolvida na atividade e eficiência mecânica.
 Massa muscular envolvida:

Quanto maior a massa muscular envolvida no exercício maior será a sua FC Máxima e também seu VO2 Máximo. É possível que sua FC e seu VO2 do Limiar também sejam maiores. Isso vai depender da eficiência mecânica para determinada atividade.

 Eficiência Mecânica: 

O teste deve ser realizado o mais próximo possível do tipo de movimento envolvido na atividade, para que seja mantida a eficiência mecânica. Por exemplo é muito pouco eficiente um nadador realizar um teste em esteira rolante com objetivo de buscar índices para treinamento ou mesmo para saber se sua aptidão física melhorou, pois a mecânica do nado é muito diferente à mecânica da corrida.

Um dos principais problemas na avaliação da condição física é o tipo de teste a ser aplicado, pois quanto mais próximos da realidade da performance daquela atleta mais difícil de se controlar as variáveis envolvidas, assim como, quanto mais conseguimos controlar as variáveis, mais distantes da performance estamos. Um bom processo de avaliação é aquele que leva em consideração esses parâmetros.
Temos dois pólos, de um lado a eficiência mecânica (performance) do outro o controle de variáveis
Quanto mais eu controlo as variáveis mais influência exerço sobre o avaliado (posso ter uma alteração sobre o resultado), assim como quanto menos influência eu exerço sobre o avaliado (também posso ter uma alteração sobre o resultado, pois tenho menos dados para analisar).
Portanto o processo de avaliação não se resume a um simples teste, seja ele o mais sofisticado possível.
O teste é uma ferramenta pela qual medimos, avaliação é a interpretação dessa medida.

FALANDO MAIS DE LACTATO...

Análise de Lactato - tipos de testes e informação fornecida

Tipos de testes

Existem dois tipos de testes de lactato:
  1. Testes de lactato padrão - O testes de lactato padrão são principalmente usados para definir o perfil de condicionamento do atleta. Isto é necessário para definir as diretrizes para o próximo período de. A escolha final do mais apropriado Protocolo Padrão de Teste de Lactato (PPTL) irá depender de: 1) a questão que você quer que seja respondida pelo teste e 2) pelo nível de performance do atleta.
  2. Testes controle de lactato - Testes controle são geralmente realizados para verificar a implementação de diretrizes de treinamento e para ajustar as diretrizes se necessário.Por outro lado estes testes também podem ser usados para conseguir informação complementaria ao PPTL. A certas ocasiões isto pode ser muito interessante na fase pré-competitiva quando atleta se aproxima de um prova importante. Por exemplo, é importante conhecer a potência aeróbica do atleta quando a competição começa a ficar próxima. Conforme a questão que tem que ser respondida, o teste controle pode consistir de qualquer exercício de treinamento típico enquanto PPTL tem ser cuidadosamente escolhido.
 

Informação fornecida pelo testes de lactato

Um teste de lactato pode prover o técnico com informação em quatro variáveis. A seguir uma pequena descrição destas quatro variáveis:
Capacidade Aeróbica - pico de potência dos suprimentos de energia aeróbica
Potência Aeróbica - a extensão em que o pico de potência dos suprimentos de energia aeróbica é explorado
Capacidade Anaeróbica - o pico de potência dos suprimentos de energia anaeróbica
Potência Anaeróbicaa extensão em que o pico de potência dos suprimentos anaeróbicos de energia é explorado.
Um parâmetro metabólico é de pouco interesse para o triatleta. É a potência anaeróbica. Potência anaeróbica é de maior importância para eventos entre 45 seg. e 4 minutos e de menor interesse para eventos entre 5 minutos e 20 minutos. Com exceção de alguns Triathlons de velocidade, treinamento para melhorar este parâmetro metabólico não tem uso para triatletas.
Um técnico ou atleta usa tanto o PPTL (Protocolo Padrão de Teste de Lactato)quanto um teste controle para medir estas variáveis. Esse site irá se concentrar em testes para dois tipos de atletas que nós designamos como atleta amador e de elite. Estes são atletas que tem a habilidade, treinamento e ambição para competir por um lugar de destaquem à nível internacional.
Maiores necessidades pelo tipo de informação -
  1. A primeira prioridade para informação é capacidade aeróbica. Desde que isso irá ser difícil de conseguir com testes de lactato simples, o protocolo de testes irá medir a capacidade aeróbica relacionada com a velocidade à 4 mmol/l durante um esforço de ao menos 4 minutos.
  2. A segunda prioridade em informação é a capacidade anaeróbica. Isto será relacionado com a capacidade anaeróbica em relação a máxima concentração de lactato depois de um esforço pequeno em intensidade máxima (não mais que 2 minutos)
  3. A próxima prioridade é o teste controle ou testes de lactato em séries de treinamento
               4. A quarta prioridade é a potência aeróbica ou o que é mais conhecido como o lactato máximo em estado               de equilíbrio. Isto é freqüentemente referido como o limiar lático ou limiar anaeróbico.

  1. protocolo para atletas SÉRIOS de triatlon

Protocolo utilizado para testes de lactato em triatletas AMADORES



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