segunda-feira, 15 de julho de 2013

Criança e Idoso

IDOSOS

        O auge do consumo de oxigênio máximo ocorre entre os 20 e 30 anos. Isso depende do nível de treinamento do indivíduo. Se esse é sedentário, ocorrerá mais cedo o pico de consumo de oxigênio máximo do que em um indivíduo treinado. A partir do auge começa uma perda importe no consumo de oxigênio conforme o amadurecimento de aproximadamente 7 ml.kg.min por década.

      O limiar de dependência funcional é de 25. No final de 3 décadas se tem uma dependência funcional em indivíduos não treinados. Isso ocorre devido ao fenômeno conhecido como Sarcopenia. Há uma perda no número de sarcômeros, levando consequentemente a uma perda de massa muscular.
     Com o envelhecimento há uma grande perda de fibras do tipo II fazendo com que o indivíduo perca força, potência, trofismo e resistência. Assim ocorre uma incapacidade progressiva tornando o mais inativo. Isso forma um ciclo que só é quebrado com o exercício.

     Para adultos jovens deve-se incentivar o exercício para fazer com que a curva de consumo de oxigênio máximo pela idade caia menos com o envelhecimento.  Com isso deve-se treinar aeróbio.


EM IDOSOS: Deve-se fazer o treinamento aeróbio porém o treinamento de força é indispensável. O indivíduo perde no consumo de oxigênio por causa da perda de massa muscular. Assim deve-se usar uma estratégia para frear ou reverter parcialmente esse processo. O exercício de treinamento de força não precisa ser intenso, porém pode ir avançando ao longo do tempo.

SUDORESE

     Criança transpira pouco em relação aos adultos.

      Os mecanismos de troca de calor com o meio em adultos são fundamentalmente baseados na evaporação de suor, porém com crianças isso não ocorre. A troca é feita através da irradiação e convecção.
     Se levarmos uma criança para um ambiente aberto, ela ganha mais calor através da radiação solar. Na piscina, ela tem uma maior tendência a perda de calor por convecção.

CRIANÇA



Em crianças o déficit e o epoc são menores, quando comparados com adultos. Isso indica que a resposta oxidativa / aeróbia de uma criança é melhor que a de um adulto, responde mais eficientemente. A justificativa para isso vem da avaliação da concentração de lactato muscular de indivíduos de diferentes idades (6 a 18 anos).



Submete-se a criança a exercícios de alta intensidade e curta duração. Mostra que a criança acumula pouco lactato devido ao pouco metabolismo anaeróbio láctico, pois a porcentagem da atividade da PFK é menor que adultos. Logo, crianças formam menos lactato porque as enzimas glicolíticas ainda não estão completamente ativas.
* Potência aumenta de acordo com a idade. 

Possíveis razões para o baixo desempenho anaeróbico em crianças:
* Menor massa muscular relativa;
* Menor capacidade glicolítica;
* Coordenação neuromuscular deficiente;
* Baixo nível de motivação.
Adaptações do processo VO2 max frente a maturação.
VO2 MAX: absoluta (L min) e relativa (mL kg min)



* Em meninos é maior devido ao aumento da massa muscular.



* Nas meninas é menor devido a relação da massa e aumento da massa de gordura. 

Na puberdade, tem a maturação do sistema anaeróbio, ocorrendo o aumento da atividade da PFK (ciclo de Krebs) e do LDH (lactato desidrogenase), o que ocasiona um aumento do VO2 nessa fase, pois eles atingem uma maior potência. Em vista da testosterona e incremento da massa muscular, adolescentes do sexo masculino aumenta seu VO2 máx. absoluto, mas o relativo se mantém. Em mulheres, o VO2 máx. absoluto aumenta menos e o relativo decresce por causa do percentual de gordura (maior que o muscular).





Sistema Renal e exercício

SISTEMA RENAL
O sistema renal também pode ser chamado de excretor ou excretório, apesar disso dar a idéia incorreta de que toda a excreção é realizada nesse sistema. O nosso principal produto do metabolismo das células, o CO2 proveniente da quebra da glicose e dos ácidos graxos é excretado pelo sistema respiratório. Assim cabe ao renal a excreção dos metabólitos de proteínas, como veremos a seguir. O sistema renal tem como órgãos principais os rins estes, por sua vez, tem a 4 funções principais:
1- Depurar o sangue e promover excreção de metabólitos protéicos
2- controlar o pH sanguíneo
3- controlar o volume sanguíneo e assim controlar pressão arterial
4- secretar 2 hormônios: eritropoietina (induz produção de hemácias na medula óssea) e renina-angiotensina (promove vasoconstricção e aumento de pressão arterial)
I Anatomia dos Rins
O ser humano possui 2 rins que trabalham concomitantemente. Cada rim pesa cerca de 250 g e é composto pela pelve e os cálices renais, a medula e o córtex renal (figura 1). Este último é o local onde são secretados os hormônios produzidos nos rins. O sangue vai entrar nos rins através das artérias renais. Estas se subdividem em artérias arqueadas que vão dar origem a minúsculos vasos, as arteríolas aferentes que, por sua vez, vão servir como porta de entrada de milhares de pequenas estruturas tubulares chamadas Nefrons, localizados nas pirâmides da medula renal. O nefrons são a unidade de filtração e funcionamento dos rins.Pode-se dizer que cada néfron tem uma função autônoma e é capaz de filtrar alguns mililitros de sangue. Portanto, se cada néfrons filtrar alguns ml de sangue, milhares de néfrons trabalhando juntos podem limpar todos os 5 l de sangue que possuímos, em média. Após a passagem pelos nefrons a urina aí formada segue pelo túbulo coletor até os cálices e a pelve renal, onde é levada até os ureteres. Estes deságuam na bexiga, que armazena a urina até sua excreção pela uretra.
II Fisiologia Renal
Pode-se afirmar que a principal função dos rins é a depuração ou filtragem do sangue. A depuração, como já foi dita, serve para que os rins, mais especificamente os nefrons, possam retirar do sangue e excretar todos compostos nitrogenados resultantes da metabolização das proteínas. Os principais compostos excretados são a uréia, o acido úrico e a creatinina. Além disso ao realizar essa depuração os rins excretam íons H e controlam pH sanguíneo e excretam mais ou menos água, regulando o volume de sangue.
Para tanto, passam pelos nossos rins cerca de 180 litros de sangue por dia, o que equivale dizer que todo nosso sangue é depurado cerca de 36 vezes por dia. Assim o sistema renal trabalha com sobras, já que não seria a depuração de tal quantidade de sangue diariamente. São excretados cerca de 60 ml de uréia e 1,5 l de urina todos os dias, medidas que evidentemente são dependentes da quantidade de água, Na e proteínas que foram consumidos. Assim, vamos analisar como ocorre essa depuração nos rins. Para isso precisamos analisar a fisiologia dos nefrons. Mas para podermos entender o funcionamento dos nefrons é necessário antes aprendermos o conceito de reabsorção.
- Reabsorção: podemos chamar de reabsorção todo processo que leva substâncias de algum tecido para o sangue. Assim, quando uma proteína, ou uma glicose, sai dos néfrons e volta ao sangue para ser reaproveitada, ela está sofrendo um processo de reabsorção. Como durante a limpeza do sangue, várias substâncias que chegam aos rins devem ser reaproveitadas, pode-se dizer que a reabsorção nos rins é o processo fundamental da fisiologia dos rins.
Se não houvesse a reabsorção nos rins, perderíamos pela urina toda a glicose e a proteína que ingerimos. A reabsorção renal pode ser ativa, com gasto de energia. Nesse processo há a presença de um carreador na membrana do néfron que transporta a substância do túbulo do néfron para fora, onde ela vai ser transportada para dentro de um capilar e voltar ao sangue. Sofrem reabsorção ativa a glicose, as proteínas e lipídeos, além de vitaminas e minerais. Como é transporte ativo, vale dizer que o processo ocorre mesmo contra gradiente de concentração.
Já a reabsorção passiva depende de diferença de concentração, ou seja, ocorre difusão do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. Ele não depende de energia e o principal elemento que sofre transporte passivo (osmose) é a água; mas também minerais, especialmente Na, sofrem reabsorção passiva. Agora que analisamos o conceito de reabsorção podemos estudar a anatomia e a fisiologia dos néfrons.
Figura 1 – Anatomia dos rins
III Fisiologia dos Nefrons
3.1 – Reabsorção nos Nefrons
Nós podemos observar a anatomia do nefron na figura 2. Ele é composto por um sistema de tubos e filtros responsáveis pela limpeza do sangue. O sangue entra pelo néfron através da arteríola aferente. A arteríola aferente desemboca em uma espécie de vesícula ou bolsa chamada cápsula de Bowman. Dentro da cápsula de Bowman há a presença de um grande filtro chamado glomérulo, que tem a função de reter grandes elementos do sangue, como as células sanguíneas e as proteínas de grande tamanho. Esses elementos após retidos, saem da cápsula através da arteríola eferente, e voltam ao sangue pelos inúmeros capilares que cercam os néfrons.
Figura 2 – Anatomia dos nefrons
O que não foi reabsorvido segue na cápsula de Bowman até o túbulo proximal, onde glicose e carbohidratos, ácidos graxos essenciais, proteínas e aminoácidos, vitaminas e minerais sofrem um intenso processo de reabsorção ativa, o que faz com que nenhum desses elementos passe do túbulo proximal, em condições normais. Também ocorre reabsorção passiva de água e minerais. Todas esses elementos também são reabsorvidos pelos capilares que rodeiam o néfron. O túbulo proximal acaba na alça de Henle e esta desemboca no túbulo distal. Como quase toda substância útil já foi reabsorvida, apenas água, Na e outros minerais, além dos elementos tóxicos, uréia, acido úrico e creatinina, chegam á alça de Henle e ao túbulo distal. A reabsorção de água na alça de henle e no túbulo distal esta diretamente relacionada com a quantidade de urina e com a diurese. Assim, quanto mais água é reabsorvida, menos água na urina, o que significa menor diurese e urina mais concentrada. O oposto também é válido; quanto menor a reabsorção maior a diurese e mais diluída a urina. Dois hormônios regulam esse fenômeno. O ADH (hormônio antidiurético) é secretado pela neurohipófise e tem efeito de aumentar a permeabilidade a água no túbulo coletor o que leva a sua maior reabsorção. O aumento de reabsorção de água leva a maior reabsorção de Na, e isso tem como efeito menor diurese e retenção de água, o que provoca aumento de volemia sanguinea e de pressão arterial. O ADH é secretado sempre que receptores hipotalâmicos percebem diminuição de concentração de Na e consequente diminuição de pressão arterial. Já a aldosterona provoca a reabsorção ativa de Na na alça de Henle, no túbulo distal e no coletor e por osmose ocorre a reabsorção de água junto, também aumentando volemia e pressão arterial. Ela é secretada pelas supra renais após estimulo da angiotensina, hormônio secretado pelos rins quando ocorre queda da pressão arterial. Esses dois hormônios portanto atuam para que ocorra um aumento de pressão arterial, aumentando a reabsorção de Na e água. Eles também determinam se a urina será mais ou menos concentrada ; a atuação dos hormônios diminui a excreção de água o que faz a urina ficar bastante concentrada. Já na ausência dos hormônios diminui a reabsorção de água o que torna a urina bastante diluída.
O túbulo distal deságua no túbulo coletor e este nos cálices e pelve renal, onde a urina é depositada. Em seguida ela cai no ureter que vai chegar à bexiga, onde a urina fica guardada. Quando a bexiga fica cheia, o nervo vago envia a mensagem até a medula, que faz com que o órgão contraia e expulse a urina. Ela cai na uretra e aí será excretada através do processo de micção.
3.2 Secreção Renal
Algumas substancias são excretadas de forma ativa, ou seja, por transporte ativa e são colocadas diretamente no túbulo distal para aumentar sua excreção Essas substancias sofrem um processo chamado de secreção renal. A primeira dessas substancias é o K. O K é responsável por um equilíbrio iônico no sangue, juntamente com o Na. Assim, toda a vez que aumenta a concentração de um deve diminuir a do outro para que se mantenha as mesmas cargas elétricas; portanto o aumento da concentração de Na deve levar a diminuição de K, e vice versa. Então a aldosterona quando promove a reabsorção ativa de Na no túbulo distal, também provoca a secreção ativa de K, provocando a excreção deste elemento. Já a ausência do hormônio leva a uma menor reabsorção e maior excreção de Na pelos nefrons. Como conseqüência diminui a excreção de K, para que ocorra o equilíbrio iônico.
Outro elemento que sofre secreção são os íons H+. Toda vez, que aumenta a concentração de íons hidrogênio, pelo acúmulo de corpos cetônicos por exemplo, isto pode levar a uma acidose sanguinea. Imediatamente os transportadores nos nefrons promovem a secreção ativa de H+ e isso leva a um controle do pH sanguíneo. Também a amônia (NH4+) sofre secreção ativa no túbulo distal, pois é muito tóxica e deve ser rapidamente eliminada da corrente sanguinea.
3.3 Regulação da Filtração Renal
A quantidade de sangue, água e solutos filtrados depende da pressão com que esse filtrado passa pelos nefrons. A quantiddae de sangue filtrado determina a taxa de filtração glomerular (TFG). Na figura 2 podemos ver que a porta de entrada do filtrado nos nefrons é a arteríola aferente, enquanto a principal porta de saída é a arteríola eferente. Assim a constriccção ou dilatação dessas arteriolas determina a menor ou maior pressão de filtração nos rins.
O SN Simpático (noradrenalina) promove constricção tanto da arteríola aferente quanto da eferente, mas de forma mais acentuada na aferente. Então com a constrição da aferente ocorre diminuição do fluxo para os nefrons e diminuição da TFG e logicamente na ausência do simpático ocorre a dilatação da aferente e aumento da TFG. A angiotensina II é um hormônio produzido nos próprios rins e que tem os mesmos efeitos do simpático, provocando constrição da aferente e diminuição da TFG. Mesmo efeito se verifica com a noradrenalina e a adrenalina secretadas pelas supra renais. As prostaglandinas também provocam constrição da aferente e diminuição da TFG, mas só são produzidas nos rins em casos de perda de volume de sangue (hemorragias).
Para contrabalançar o endotelio dos vasos produz o óxido nítrico (ON) que provoca dilatação da aferente e constrição da eferente, o que consequentemente aumenta a taxa de TFG. Alguns fatores que levam a secreção de ON isso são a acetilcolina, a bradicinina e a histamina. É importante notar que a TFG esta diretamente relacionada com a diurese e a secreção de água e Na. Então, logicamente, um aumento da TGF aumenta a diurese e a excreção de água, sendo o inverso válido também. Em média a TFG é de 125 ml/m.

3.4Urina

A urina é formada basicamente por água e restos da metabolização de proteínas e ácidos graxos. As substâncias mais presentes na urina são a uréia, o ácido úrico e a creatinina. A medida do trabalho dos rins pode ser definida como a concentração de substâncias tóxicas que estão presentes na urina. Esse trabalho pode ser medido através da medida da substancia na urina secretada por minuto pela da concentração no plasma. A uréia por exemplo, tem concentração no plasma de 0,2 mg/ml e em condições normais são excretados 12 mg de uréia por minuto. Dividindo-se 12 por 0,2 chega-se ao rsultado que cerca de 60 ml de sangue, por minuto, são depurados da uréia. Essa medida é chamada de clearance renal. Ela pode ser determinada por exames muito simples: pede-se à pessoa que ingira uma substância inócua, inulina por exemplo, que não é absorvida ou metabolizada pelo nosso corpo. Um correto funcionamento dos rins permite que tudo que foi ingerido seja eliminado pela urina; o que indicaria um clearance de 100 %, ou seja, um funcionamento ideal dos rins. Assim, se injetarmos 0,001 ml de inulina na corrente sanguinea deveremos obter 0,125 mg de inulina na urina por minuto. Então 0,125/0,001 = 125 ml/m, o que corresponde a TFG, o que indica esse funcionamento renal a 100%.

SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático pode ser definido como um sistema circulatório auxiliar responsável pelo controle hídrico do corpo.Ele ocorre paralelo à circulação sanguínea. Para entendermos como é formada a linfa devemos analisar a distribuição de água em nosso corpo. Sabe-se que um homem de 70 kg e 1,70 m tem cerca de 40 l de água no corpo. Desses 40 l, 25 estão dentro das células, formando o líquido intra celular. Outros 4 l formam o sangue e os restantes 11 l estão no espaço extra celular, entre as células (tecidos) e os capilares, formando o líquido estracelular.
Assim todos os nutrientes e substâncias que saem dos capilares sanguíneos para as células passam antes pelo espaço extra celular, e todas as excreções celulares que saem das células para o sangue devem passar também pelo espaço extra celular. Pode-se afirmar, então, que o líquido extra celular aí presente é rico em nutrientes, micronutrientes, O2, CO2, e restos metabólicos celulares. A passagem de subst6ancias de um meio a outro normalmente ocorre por difusão, o que pode fazer com que alguma substância não chegue à célula ou ao sangue, ficando no líquido extra celular.
Por isso existem vasos que constantemente recolhem o líquido extracelular e o levam para a circulação sanguínea, impedindo que se percam nutrientes ou se acumulem substâncias tóxicas, como o CO2. Esses vasos são chamados de vasos linfáticos e o líquido extra celular ao entrar nos vasos passa a ser chamado de linfa. Os vasos linfáticos possuem um sistema que empurra a circulação linfática sempre na direção da um vaso principal chamado de vaso torácico. Esse sistema é chamado de bomba linfática. Já o vaso torácico deságua na circulação sanguínea, na veia subclávia esquerda, fazendo com que a linfa seja jogada na circulação sanguínea.
Esse sistema garante que nenhum nutriente seja perdido no meio extra celular e que também não se acumulem substâncias nocivas no meio, o que poderia afetar os tecidos próximos. Vale notar que ao longo dos vasos existe a presença de Gânglios linfáticos, que são estruturas que servem como filtro da circulação linfática, impedindo que um excesso de elementos nocivos possa voltar ao sangue. Os gânglios linfáticos são responsáveis, por exemplo, por reter as bactérias que caem na circulação linfática quando há a presença de processos infecciosos nos tecidos.
Sistema Renal e exercício
A produção de urina, a partir de 50% do Vo2Máx. é reduzida pela vaso constrição das arteríolas aferentes dos néfrons provocada por uma diminuição da atividade parassimpática e aumento da atividade simpática. Trata-se de uma resposta natural do organismo à necessidade de manutenção do equilíbrio líquido corporal. Além disso, a curva de FSR - Fluxo Sanguíneo Renal cai também a partir de 50% de Vo2 pois o sangue é destinado aos músculos via vaso constrição de artérias renais. Com a queda de FSR cai também a produção a filtração glomerular.

A produção de urina mantém-se em um platô baixo a partir do Vo2Máximo e só retorna ao padrão de repouso após a normalização do fluxo sanguíneo renal e da filtração glomerular. 

Nota-se que, no retorno à normalidade basal do rim, há um pico de fluxo sanguíneo renal e de filtração glomerular. Essa última é um pouco maior que o próprio fluxo sanguíneo e isso pode acarretar a presença de albumina, proteínas e hemácias na urina em um exame de EQU - Exame Qualitativo de Urina. A presença desses elementos indica nefrite mas, no caso do atleta que desenvolve o comportamento exposto no gráfico, trata-se de uma pseudo-nefrite. Nesses casos, o material para exame deve ser novamente colhido sem a realização prévia de exercícios para uma resposta mais fidedigna à condição clínica do indivíduo.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sistema digestório ou gastro intestinal e exercício

O SISTEMA DIGESTÓRIO
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.
A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia.
BOCA
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.
Características dos dentes
Imagem: http://www.webciencia.com/11_06dente.htm
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens.  Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.
Tipos de dentes  
Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos.
 
Imagem: http://www.webciencia.com/11_06dente.htm
A língua
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea.
As glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual:
  • Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
  • Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.
  • Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca.
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estômago.
FARINGE E ESÔFAGO
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimídia.
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorre-lo.
 ESTÔMAGO E SUCO GÁSTRICO
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a digestão de alimentos protéicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos.

Segmento superior: é o mais volumoso, chamado "porção vertical". Este compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade.
Segmento inferior: é denominado "porção horizontal", está separado do duodeno pelo piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia.
As túnicas do estômago: o estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa (o peritônio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gástrico). Quando está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou arredondado. O estômago tem movimentos peristálticos que asseguram sua homogeneização.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação.
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido cloródrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. 
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimídia.
A pepsina, ao catalizar a hidrólise de proteínas, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem os aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres.
 A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando a ação de outras enzimas proteolíticas.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.
INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm).
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas).
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimídia.
O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos.
A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos.
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima ativa.
A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias de aminoácidos.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entérico há enzimas que dão seqüência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando em aminoácidos.
Suco digestivo
Enzima
pH ótimo
Substrato
Produtos
Saliva
Ptialina
neutro
polissacarídeos
maltose
Suco gástrico
Pepsina
ácido
proteínas
oligopeptídeos
Suco pancreático
Quimiotripsina
Tripsina
Amilopepsina
Rnase
Dnase
Lipase
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
proteínas
proteínas
polissacarídeos
RNA
DNA
lipídeos
peptídeos
peptídeos
maltose
ribonucleotídeos
desoxirribonucleotídeos
glicerol e ácidos graxos
Suco intestinal ou entérico
Carboxipeptidase
Aminopeptidase
Dipeptidase
Maltase
Sacarase
Lactase
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
oligopeptídeos
oligopeptídeos
dipeptídeos
maltose
sacarose
lactose
aminoácidos
aminoácidos
aminoácidos
glicose
glicose e frutose
glicose e galactose
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as vitaminas.
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.
INTESTINO GROSSO
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. 
  
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.
GLÂNDULAS ANEXAS
 Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino.
O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema endócrino.
Fígado
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimídia.
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.
O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose.
Funções do fígado:
  • Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase;
  • Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação; 
  • Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
  • Metabolizar lipídeos;
  • Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
  • Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
  • Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.


Efeitos maléficos do exercício sobre o TGI, (Trato gastro intestinal)
O exercício predominantemente aeróbio e de longa duração, como aquele executado por maratonistas, triatletas e ciclistas, pode provocar sintomas gastrintestinais. A maioria dos trabalhos afirma que de 20 a 
50% da população praticante de esportes de longa duração apresenta pelo menos um sintoma. Estes são divididos em sintomas superiores (vômitos, náuseas e pirose retroesternal - azia) e inferiores (diarréia, cólica abdominal, perda de apetite, sangramento, aceleração dos movimentos intestinais e vontade de defecar)
A etiologia dos sintomas gastrintestinais durante o exercício é multifatorial e inclui a redução do fluxo sanguíneo intestinal, a liberação de hormônios gastrintestinais, o estresse mecânico sobre o TGI a desidratação, os fatores psicológicos, a idade, o sexo, a dieta e o nível de treinamento do indivíduo

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Efeitos benéficos do exercício sobre o TGI, (Trato gastro intestinal)
O exercício, principalmente o de baixa intensidade, tem efeito protetor sobre o TGI. Evidências recentes obtidas em nosso laboratório mostraram que a prática habitual de atividade física moderada protege o íleo de camundongos contra os efeitos do envelhecimento. O envelhecimento em camundongos produz espessamento da camada muscular do íleo, associado à desorganização parcial das mitocôndrias, 
entretanto nos animais exercitados, o envelhecimento não foi capaz de produzir tais efeitos histológicos
Alguns estudos indicam uma relação inversa entre a atividade física e as doenças do TGI tais como, o câncer de cólon, a diverticulite, a colelitíase (cálculo na vesícula biliar) e a constipação. 
Em relação ao câncer de cólon, existem evidências consistentes de que homens e mulheres fisicamente ativos apresentam uma redução de cerca de 50% do risco de desenvolverem câncer de cólon. 
Esta redução acontece independente de outros fatores de risco, tais como a dieta e a composição corporal. A maioria dos autores sugere que existe uma relação dose-resposta já que foi demonstrado que o 
treinamento intenso confere maior proteção que o moderado. Por exemplo, no trabalho de Demarzo, foi demonstrado que o cólon de ratos submetidos ao exercício crônico apresentou redução estatisticamente significante na resposta hiperproliferativa a um agente carcinogênico em comparação ao cólon de animais do grupo controle. Em contrapartida, o exercício exaustivo aumentou significativamente 
tal resposta.
Um dos mecanismos postulado para a queda da prevalência de câncer de cólon pela atividade física é a redução do tempo de trânsito intestinal o que diminuiria o tempo de contato entre a mucosa do cólon 
e os possíveis compostos carcinogênicos presentes no conteúdo intestinal. Além do mais, a atividade física modula positivamente alguns fatores relacionados com o desenvolvimento do câncer de cólon, tais como, a disfunção do sistema imune, a dieta, a obesidade, a ação da insulina, os níveis de prostaglandinas e os triglicérides, os estoques de ferro e os mecanismos de defesa antioxidante.
Poucos estudos foram realizados em relação ao desenvolvimento de câncer em outros órgãos do TGI. Os estudos que envolveram o binômio exercício e câncer de estômago não chegaram a uma conclusão comum, como também não foi demonstrada uma relação entre exercício e prevenção de câncer de pâncreas ou reto. Até onde sabemos, não existem estudos para avaliar o impacto do exercício sobre o desenvolvimento do câncer de esôfago, ducto e vesícula biliar.
Os prováveis mecanismos para os benefícios do exercício sobre o TGI incluem a alteração da motilidade do cólon, a diminuição do fluxo sanguíneo intestinal, o estresse mecânico produzido pela corrida sobre 
o intestino, a compressão do cólon pela musculatura abdominal e o aumento da ingestão de fibras como resultado do aumento do gasto energético. É importante ressaltar que grande parte dos fatores 
responsáveis pelos benefícios do exercício sobre o TGI são também os responsáveis pelos malefícios, portanto, existe uma relação doseresposta e um limiar de intensidade que separa os dois efeitos sobre o TGI.

Sistema ósseo e exercício

TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO
O TECIDO ÓSSEO
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas principais funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular.
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali existia previamente.
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos:
  • Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea.
  • Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo.
  • Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship.
  • Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I).
A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas variedades apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo entre si apenas na disposição de seus elementos e na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. O tecido ósseo compacto praticamente não apresenta espaços medulares, existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna ou externa), possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Esses canais comunicam-se com os canais de Havers, que percorrem o osso longitudinalmente e que podem comunicar-se por projeções laterais. Ao redor de cada canal de Havers, pode-se observar várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas é denominado sistema de Havers ou sistema haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.

Tecido ósseo compacto
 
 
Tecido ósseo esponjoso

Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são revestidos externa e internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. Ambas as membranas são vascularizadas e suas células transformam-se em osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e oxigenação das células do tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e reparação das fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser:
vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou hematopoiético): constituída por células reticulares associadas a fibras reticulares.
amarela: constituída por tecido adiposo (não produz células do sangue).
No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula vermelha fica restrita aos ossos chatos do corpo (esterno, costelas, ossos do crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do úmero (ossos longos). Com o passar dos anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur e no úmero transforma-se em amarela.

Sistema ósseo e exercício
Exercício físico representa uma das formas de atividade física, planejada, sistemática e repetitiva, que tem por objetivo a manutenção, desenvolvimento ou recuperação de um ou mais componentes da aptidão física e provoca diversas alterações na homeostase corporal. Diversos estudos tem demonstrado a relação positiva entre o exercício físico e a saúde óssea. Alguns estudos relacionam os efeitos de diversas modalidades esportivas na densidade mineral óssea de atletas ou indivíduos fisicamente ativos.
O tecido ósseo é extremamente complexo, e sofre constantes modificações; caracteriza-se por ser muito rígido e bastante resistente. Os ossos se diferenciam conforme a quantidade de substância óssea e a sua arquitetura particular. Esse tecido é constantemente destruído e criado novamente e esse processo dinâmico recebe o nome de remodelagem óssea. A remodelagem está relacionada com os estresses e esforços impostos ao esqueleto pela gravidade e por outros fatores, sendo regulada por hormônios na circulação sistêmica, fatores de crescimento, citocinas e pela nutrição.
O osso necessita basicamente de alguns componentes fundamentais para manter seu equilíbrio e a perfeita manutenção de suas funções:
–     Hormônio da Paratireoide - aumenta a atividade osteoclástica (células responsáveis pela reabsorção e destruição do osso);
–     Calcitonina - atua sobre os osteoclastos, impedindo sua ação;
–     Fósforo - seu excesso na alimentação acarreta uma perda de massa óssea. O fósforo é considerado um “ladrão de cálcio” pois, solúvel em água, pode se ligar aos cátions do cálcio presentes em qualquer lugar do corpo onde a maior reserva de cálcio são os ossos;
–     Vitamina D - utilizada para ajudar a absorver o cálcio (feita por transporte ativo, onde a vitamina D é o principal fator);
–     Sol - transforma algumas substâncias e enzimas em vitamina D;
–     Cálcio – principal mineral que constitui o tecido ósseo.
O tecido ósseo tem a capacidade de responder ao exercício. Muitos estudos têm demonstrado os benefícios da atividade física na Densidade Mineral Óssea (DMO), já que as cargas impostas pelos exercícios aumentam a DMO independentemente do sexo e da idade dos indivíduos. O estímulo osteoblástico (formação de osso) ocasionado pelo treinamento físico acontece por aplicação de carga mecânica sob a estrutura esquelética, que ocorre principalmente no local onde o estresse mecânico foi aplicado.
As diversas modalidades esportivas tem a capacidade de provocar diferentes respostas do tecido ósseo. A intensidade da carga imposta pelas forças gravitacionais varia de acordo com o tipo de exercício realizado. Sendo assim, modalidades esportivas podem ser classificadas em modalidades de baixo, moderado, alto e sem impacto, de acordo com a força de reação do solo (FRS) relativa ao peso corporal (PC). Os exercícios com carga mecânica leve e moderada parecem não provocar adaptações significativas na deposição de minerais. Os exercícios de musculação tem uma maior capacidade de aumentar a densidade mineral óssea já que a contração do músculo gera tensão sobre o osso e quanto maior a força maior o stress sobre o osso.
No período da puberdade, o exercício físico intenso nem sempre traz benefícios para os adolescentes, particularmente com relação ao crescimento esquelético. O treinamento de força intenso em adolescentes parece acarretar decréscimo nos níveis de IGF-I, sugerindo que esse treinamento pode reduzir o crescimento e comprometer a estatura final. Existe também a possibilidade de ocorrer lesão na placa epifisária que antes do amadurecimento fisiológico, fica vulnerável a essa alteração. No sexo feminino uma das causas sugeridas para o processo de perda óssea durante a pratica de exercícios intensos é a diminuição da produção estrogênio visto que esse hormônio aumenta a atividade osteoblástica.
O exercício físico é um importante fator para melhora a saúde óssea. A determinação de quais modalidades esportivas estão mais relacionadas com a estimulação óssea pode ser um importante fator de prevenção e tratamento da osteopenia e osteoporose.